O FUNDO ANTÓNIO SÉRGIO (E OUTROS DOCUMENTOS E FONTES)
Sónia Queiroga Gestora e Curadora da Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . António Sérgio de Sousa (1883-1969) foi um homem à frente do seu tempo, com ideias e interesses muito próprios, fruto de uma grande abertura de espírito e aguçada capacidade de análise e crítica. Capaz de analisar, compreender e dialogar com autoridade sobre os mais variados assuntos, Sérgio deu (e continua a dar) um verdadeiro sentido à palavra Humanista. Como o descrever? É Sérgio o filósofo, o pensador, o ensaísta, o pedagogo, o ativista político, o cooperativista…? Na verdade Sérgio não pode ser catalogado, ele é maior do que qualquer etiqueta, mas pode ser conhecido e reconhecido, analisado e melhor compreendido, e para tal, os contributos da CASES, através do Centro de Documentação e Informação António Sérgio, são indiscutivelmente valiosos. Um pequeno enquadramento: Sérgio não tinha herdeiros diretos e por isso, após a sua morte, foram os sobrinhos que herdaram a casa e o respetivo recheio. Decidiram os sobrinhos que a biblioteca e arquivo pessoal que pertenceram ao tio seriam entregues à UNICOOPE – União Cooperativa Abastecedora, uma vez que este havia estado envolvido na sua criação, o que veio a acontecer em 1974. Em 1979, atendendo à situação financeira delicada da UNICOOPE, os herdeiros decidiram entregar a biblioteca e arquivo ao INSCOOP – Instituto António Sérgio do Sector Cooperativo. Posteriormente veio a CASES herdar do INSCOOP a responsabilidade pela conservação e organização do espólio de António Sérgio, situação que se mantém até hoje. Foi no cumprimento desse compromisso que, em 2015, a partir da Casa António Sérgio (CAS), a CASES deu início ao projeto Tratamento e Difusão do Arquivo Pessoal de António Sérgio. O projeto Tratamento e Difusão do Arquivo Pessoal de António Sérgio, a ser planeado desde meados de 2014, ganhou forma em 2015 aquando do financiamento atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, à CASES, na sequência do Concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais 2015. Entre as várias etapas, que não iremos enumerar, destacamos que o mesmo contou com a digitalização de cerca de 2150 documentos, num total de cerca de 10100 páginas. Este projeto, concluído em julho de 2016, tornou possível a consulta online, e download dos respetivos ficheiros, de toda a documentação que compõe este aquivo. A possibilidade de aceder remotamente a esta documentação abriu a porta a que mais pessoas pudessem iniciar e/ou aprofundar os seus estudos sobre António Sérgio. Para além de passar a ser mais simples aceder às fontes documentais sem necessidade de deslocação à sua localização física o facto de a mesma estar descrita na base de dados permite perceber os seus conteúdos. Desde a sua disponibilização online o arquivo já recebeu cerca de 2200 visitantes, não só de Portugal mas de outros países como o Brasil, Equador, França, Rússia, etc. Ainda que consideremos estes valores bastante positivos cremos que podemos ir mais longe e foi com isso em mente que decidimos criar um instrumento que: a) tornasse mais simples a pesquisa dos documentos do arquivo António Sérgio; b) listasse as obras produzidas, traduzidas, prefaciadas e comentadas por António Sérgio que existem na CAS; c) identificasse outras fontes onde pode ser encontrada documentação relacionada com António Sérgio; d) outras informações que contribuíssem para um estudo mais aprofundado de António Sérgio. Assim nasceu, em forma de lista, o documento O Fundo António Sérgio (e outros documentos e fontes). Para tornar imediato o seu acesso, todos os documentos listados que compõe o arquivo António Sérgio, assim como as obras deste, contêm uma ligação que leva diretamente ao registo. Também foram colocadas ligações diretas às outras Instituições onde podem ser encontrados documentos referentes a António Sérgio e aos artigos que este produziu para a revista Seara Nova. Este documento, que estará disponível para consulta nas várias plataformas digitais da CASES, é em formato aberto podendo ser atualizado sempre que pertinente. |
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THE ANTÓNIO SÉRGIO FUND (AND OTHER DOCUMENTS AND SOURCES)
Sónia Queiroga Information Manager and Curator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . António Sérgio de Sousa (1883-1969) was a man ahead of his time, with his own ideas and interests, the result of great open-mindedness and keen capacity for analysis and criticism. Able to analyse, understand and dialogue with authority on a wide range of subjects, Sérgio gave (and continues to give) real meaning to the word Humanist. How to describe him? Is Sérgio a philosopher, thinker, essayist, pedagogue, political activist, cooperative...? Actually Sérgio cannot be catalogued, he is bigger than any label, but he can be known and acknowledged, analysed and better understood, and for that, CASES contributions, through the António Sérgio Documentation and Information Centre, are undoubtedly valuable. A short context: Sérgio had no direct heirs and therefore, after his death, it was his nephews who inherited the house and its filling. The nephews decided that the library and personal archive that belonged to their uncle would be handed over to UNICOOPE – União Cooperativa Abastecedora, since he had been involved in its creation, in 1974. In 1979, given the delicate financial situation of UNICOOPE, the heirs decided to hand over the library and archive to INSCOOP – António Sérgio Institute for the Cooperative Sector. Subsequently, CASES inherited from INSCOOP the responsibility for preserving and organising António Sérgio’s estate, a situation that remains today. It was in the fulfilment of that commitment that, in 2015, from Casa António Sérgio (CAS), CASES began the project Treatment and Diffusion of the Personal Archive of António Sérgio. The project Treatment and Diffusion of the Personal Archive of António Sérgio, planned since mid-2014, took shape in 2015 when the financing granted by the Calouste Gulbenkian Foundation to CASES, following the Competition for Recovery, Treatment and Organisation of Documentary Collections 2015. Among the different stages, which we will not list, note that it included the digitisation of about 2,150 documents, of a total of about 10,100 pages. This project, completed in July 2016, allowed consulting online and downloading its files, all documentation that forms this archive. The possibility of accessing this documentation remotely opened the door for more people to start and/or deepen their studies on António Sérgio. Besides making it simpler to access the document sources with no need to travel to their physical location, the fact that it is described in the database allows perceiving its content. Since it was made available online, the archive has received around 2,200 visitors, not only from Portugal but from countries such as Brazil, Ecuador, France, Russia, etc. Although we find these values very positive, we believe that we can go further and it was with this in mind that we decided to create an instrument to: a) simplify the search for documents in the António Sérgio archive; b) list the works produced, translated, prefaced and commented by António Sérgio that exist in CAS; c) identify other sources where documentation related to António Sérgio can be found; d) other information that would contribute to a more in-depth study of António Sérgio. Thus emerged the document “António Sérgio Fund” (and other documents and sources), as a list. To make its access immediate, all listed documents that form the António Sérgio archive, as well as his works, contain a link that leads directly to the record. Direct links were also placed to other institutions where documents referring to António Sérgio and the articles he produced for the magazine Seara Nova can be found. This document, which will be available for consultation on the different digital platforms of CASES, is in an open format and can be updated whenever relevant. |