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Revista ES n.13 ― ​julho 2021
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POR






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BEM-VINDOS À ERA
​DA INOVAÇÃO SOCIAL

Inês Sequeira
Diretora do DEES – Departamento de Empreendedorismo e Economia Social 
​da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

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Desde 2018 que a Casa do Impacto é um hub de portas abertas aos empreendedores sociais. O hub de inovação social sediado no Convento de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, já apoiou mais 170 projetos e injetou na Economia de Impacto mais 1.5 milhões de euros. Aqui chegados, a meio do terceiro ano de atividade, a nossa missão mantém-se: continuamos a promover a “Era da Inovação Social” e a estimular uma comunidade de change makers capazes de responder aos maiores desafios sociais e ambientais da década.

Nesta Casa trabalhamos com os negócios do futuro; um futuro no qual todos os negócios têm um propósito social. Bem-vindos à Era da Inovação Social.
A Casa do Impacto foi fundada em outubro de 2018 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o objetivo de apoiar o ecossistema de empreendedorismo de impacto, que tem por base os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Hoje conta com 43 startups incubadas e/ou a participarem nos nossos programas. Tem mais de 200 empreendedores residentes, e já recebeu 5 programas de aceleração e capacitação, 7 programas de ignição e 1 programa de investimento de impacto. Acolheu mais de 85 workshops e bootcamps e cerca de 180 eventos, aproximando mais de 4.500 pessoas ao mundo do impacto.

O ecossistema da inovação social no nosso país tem-se expandido graças ao movimento empreendedor que emergiu nos últimos anos e ao desenvolvimento de estruturas colaborativas e de aceleração de projetos de negócio, como incubadoras e espaços de co-working, a par de programas de capacitação e aquisição de competências (não académicos) e de formação superior (mestrados, pós-graduações), mecanismos de reconhecimento (fóruns, concursos e prémios), instrumentos de investimento social e mesmo modelos de governação integrada.

A nível institucional e político, ainda que sem uma política nacional de inovação social e apenas uma pequena fatia dos fundos europeus dedicada à inovação social, Portugal tem beneficiado, desde 2016, da iniciativa Portugal Inovação Social que financia iniciativas de empreendedorismo e inovação social através parcerias com a sociedade civil e que pretende inspirar a evolução das políticas públicas.

O Social Innovation Index, estudo de 2016 da Economist Intelligence Unit, mediu a capacidade de inovação social de 45 países através da sua classificação em quatro pilares - o quadro institucional e político, a disponibilidade de financiamento, o nível de empreendedorismo, e a profundidade das redes da sociedade civil – e, no ranking geral, Portugal ficou classificado em 22º lugar e com melhores pontuações no enquadramento institucional e político (15º lugar) e na capacidade empreendedora, incluindo o empreendedorismo social (16º lugar) e pior pontuado nas dimensões referentes à força da sociedade civil (20º lugar) e instrumentos de financiamento (32º lugar).

Sendo certo que a atual pandemia pôs um travão nunca antes visto na trajetória de crescimento da economia global foi com orgulho que verificamos que o sector da economia social se distinguiu pela rápida adaptação e inovadora resposta aos desafios apresentados.

Num momento que nos trouxe desafios nunca antes vistos, foram as organizações de impacto que trouxeram as soluções mais arrojadas e aptas e que conseguiram diversificar a sua ação e inovar nos seus modelos para conseguir chegar a quem mais delas precisava. Muitas destas organizações de impacto já cá estavam antes, atentas a camadas e problemas específicos que passavam despercebidos à generalidade da população mas que a pandemia veio pôr a descoberto e que, por isso, conheciam todas as nuances para conseguir responder no imediato, mas muitas outras foram criadas especificamente para responder à situação pandémica. Isto deve-se sobretudo ao foco na resolução de problemas específicos, característica do empreendedorismo social que, por sua vez, obriga a maior criatividade e flexibilidade.

Na Casa do Impacto promovemos não apenas estas soluções inovadoras para os grandes desafios sociais, como também contribuímos ativamente para a formação e a capacitação de uma nova geração de empreendedores e inovadores que estão a ser pioneiros no seu contributo para um novo modelo económico em que os modelos de negócio incorporarão cada vez mais a sustentabilidade e a inclusão. Com a chegada do empreendedorismo de impacto, o empreendedorismo “tradicional” deu lugar a um novo paradigma em que o fazer negócio deixou de ser guiado apenas pelo objetivo do lucro, passando também a incluir uma vertente social e ambiental.

Nem sempre fácil de entender, o conceito de empreendedorismo de impacto refere-se à iniciativa de criação de negócios que tenham como objetivo responder aos desafios sociais atuais, atendendo às necessidades sociais de forma inovadora. Assim, uma iniciativa de empreendedorismo de impacto de sucesso leva à Inovação social.

Sempre de sublinhar é o vínculo que liga as startups de impacto à economia social, uma vez que muitos destes negócios são, na sua natureza jurídica, reais entidades da economia social, constituindo-se como cooperativas, associação, entre outras formas. Respeitam os mesmos princípios nucleares, como o primado das pessoas e dos objetivos sociais ou a afetação dos excedentes à prossecução dos fins da entidade, o que as distingue é a incorporação, desde o primeiro momento, da inovação no seu ADN.

O que perspetivamos para o futuro da Casa do Impacto:

- Continuar a capacitar e a formar empreendedores de todo o tipo de backgrounds.

- Investir em projetos que resolvam problemas sociais e ambientais prementes.
- Aumentar a capacidade e expandir horizontes com a criação e a integração num novo polo de inovação na Cidade de Lisboa.
- Posicionar a Casa do Impacto e Lisboa como uma referência a nível europeu para o Ecossistema de Impacto.
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Estamos a viver momentos de grande mudança e transformação, sendo que a inovação social e o empreendedorismo de impacto terão claramente um papel fundamental na definição de uma nova ordem económica que está a surgir e que será determinante para o modelo de sociedade que teremos no futuro.

Uma sociedade com capacidade de fazer as oportunidades chegar a todos os tipos de pessoas e na qual todos possam alcançar os lugares onde a inovação acontece, trazendo vantagens sem limite, que se repercutem no desenvolvimento das empresas e organizações e, em última instância, no mundo em que vivemos e que queremos, para nós próprios e para as gerações futuras.
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WELCOME TO THE ERA
​OF SOCIAL INNOVATION

Inês Sequeira
Director of DEES – Department of Entrepreneurship and Social Economy at Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
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Since 2018, Casa do Impacto has been an open-door hub for social entrepreneurs. The social innovation hub headquartered in the Convent of São Pedro de Alcântara, in Lisbon, has already supported over 170 projects and injected another 1.5 million euros into the Economy of Impact. At this point, midway through the third year of activity, our mission remains: we continue to promote the “Era of Social Innovation” and stimulate a community of change makers capable of responding to the greatest social and environmental challenges of the decade.

In this House we work with the businesses of the future; a future in which all businesses have a social purpose. Welcome to the Era of Social Innovation. Casa do Impacto was founded in October 2018 by Santa Casa da Misericórdia of Lisbon, with the aim of supporting the impact entrepreneurship ecosystem, based on the 17 Goals for Sustainable Development of the United Nations. Today it has 43 start-ups incubated and/or participating in our programmes. It has more than 200 resident entrepreneurs, and has already received 5 acceleration and training programmes, 7 ignition programmes and 1 impact investing programme. It hosted more than 85 workshops and bootcamps and around 180 events, bringing more than 4,500 people to the world of impact.

The ecosystem of social innovation in our country expanded thanks to the entrepreneurial movement that emerged in recent years and the development of collaborative structures and the acceleration of business projects, such as incubators and co-work spaces, in addition to programmes for training and acquisition of (non-academic) skills and higher education (masters, postgraduate courses), recognition mechanisms (forums, competitions and prizes), social investment instruments and even models of integrated governance.

At institutional and political level, albeit without a national social innovation policy and only a small slice of European funds dedicated to social innovation, Portugal has benefited, since 2016, from the initiative Portugal Inovação Social, which finances entrepreneurship and social innovation initiatives through partnerships with civil society and is meant to inspire the evolution of public policies.

The Social Innovation Index, a 2016 study by the Economist Intelligence Unit, measured the social innovation ability of 45 countries by ranking them in four pillars – institutional and policy framework, availability of funding, level of entrepreneurship, and depth of civil society networks – and, in the overall ranking, Portugal ranked 22nd with better scores in institutional and political framework (15th place) and entrepreneurial capacity, including social entrepreneurship (16th place), scoring worst in the dimensions related to strength of civil society (20th place) and financing instruments (32nd place).

While the current pandemic has put a brake never seen before on the growth trajectory of the global economy, we are proud to see that the social economy sector has stood out by its rapid adaptation and innovative response to the challenges faced.

At a time that brought us challenges never seen before, it was impact organisations that brought about the boldest and most apt solutions and managed to diversify their action and innovate in their models to reach those who needed them most. Many of these impact organisations were already here before, aware of specific layers and problems that went unnoticed by the general population but were uncovered by the pandemic. They therefore knew all nuances and were able to respond immediately, but many others were created specifically to respond to the pandemic situation. This is mainly due to the focus on solving specific problems, typical of social entrepreneurship, which, in turn, requires greater creativity and flexibility.

At Casa do Impacto we not only promote these innovative solutions to major social challenges, but also actively contribute to the training and empowerment of a new generation of entrepreneurs and innovators who are pioneering their contribution to a new economic model in which business models will increasingly incorporate sustainability and inclusion. With the arrival of impact entrepreneurship, “traditional” entrepreneurship gave way to a new paradigm in which doing business is no longer guided only by the aim of profit, but also includes a social and environmental aspect.

Not always easy to understand, the concept of impact entrepreneurship refers to the initiative to create businesses that aim to respond to current social challenges, meeting social needs in an innovative way. Thus, a successful impact entrepreneurship initiative leads to Social Innovation.

It is always worth emphasising the link that connects impact start-ups to social economy, since many of these businesses are, in their legal nature, real entities of social economy, constituting cooperatives, associations, among other forms. They observe the same core principles, such as the primacy of people and social objectives or the allocation of surpluses to the pursuit of the entity’s purposes. What differentiates them is the incorporation, from the first moment, of innovation into their DNA.

What we envision for the future of Casa do Impacto:

- Continue to train and capacitate entrepreneurs from all types of backgrounds.

- Invest in projects that solve pressing social and environmental problems.
- Increase capacity and expand horizons with the creation and integration of a new innovation hub in the City of Lisbon.
- Position Casa do Impacto and Lisbon as European references for the Impact Ecosystem.​

We are living through times of deep change and transformation, and social innovation and impact entrepreneurship will clearly have a crucial role in defining a new emerging economic order that will be decisive for the model of society that we will have in the future.

A society with the ability to create opportunities for all types of people and in which everyone can reach the places where innovation happens, bringing unlimited advantages that have repercussions on the development of companies and organisations and, ultimately, on the world where we live and that we wish for ourselves and for future generations.







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Revista ES n.13 ― ​julho 2021
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