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Revista ES - Economia Social
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“Ao longo da sua vida desenvolveu uma atividade revelante como pensador, defendendo um lugar central e determinante da educação e da cultura na organização da sociedade, o que o colocou num lugar cimeiro na oposição ao salazarismo.”
EDITORIAL
​Tributo a António Sérgio

​​Eduardo Graça
Presidente da CASES

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Acontece por vezes a História confundir a joia com o joio, deixando por isso de fora do seu crivo certos factos e figuras que poderia ter sido interessante reter. António Sérgio – e tudo o que representa a sua personalidade e obra, em particular nas áreas da educação, associativismo e economia social, designadamente sob a forma cooperativa – é hoje uma dessas figuras um pouco esquecidas.

António Sérgio de Sousa nasceu em Damão, no dia 3 de setembro de 1883 e morreu em Lisboa no dia 24 de janeiro de 1969. Ao longo da sua vida desenvolveu uma atividade revelante como pensador, defendendo um lugar central e determinante da educação e da cultura na organização da sociedade, o que o colocou num lugar cimeiro na oposição ao salazarismo.

Desenvolveu em Portugal, na teoria e na prática, a ideia do cooperativismo como modelo de uma sociedade onde todos estivessem imbuídos do espírito de entreajuda e cooperação, assim como um modelo de escola na qual os alunos aprendessem a pensar e agir em liberdade e com autonomia tendo sido ministro da educação no governo de Álvaro de Castro, em 1923. Foi, igualmente, o verdadeiro mentor da candidatura, em 1958, de Humberto Delgado à presidência da República.

Foi esta figura que a CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social – assumiu como patrono, em coerência com a assunção das atribuições do INSCOOP, e será neste contexto que está a organizar um Tributo a António Sérgio por altura do cinquentenário da sua morte, contribuindo assim, não só para prestigiar a figura e obra de António Sérgio, como para divulgar o setor da economia social, em particular do cooperativismo, e dar-lhe a devida visibilidade pública.

A CASES mantém desta forma fidelidade à obra e figura pública do seu insigne patrono prestando, ao mesmo tempo, homenagem aos seus discípulos, dirigentes e ativistas dos movimentos da economia social, nas sua diversas formas organizativas, dos quais se destaca o Professor Henrique de Barros, presidente da Assembleia Constituinte.
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Interessa pois perceber o que em Sérgio ainda nos é contemporâneo e não apenas histórico; porque um legado é algo que ainda não se esgotou, que ainda conserva potência – política, reformadora, porque nos ajuda a ler, compreender e transformar o mundo que nos rodeia, isto é, o mundo que é nosso contemporâneo, aquele onde convivemos, coexistimos, convergimos, coincidimos, colaboramos, enfim, cooperamos.

Numa entrevista, o escritor francês Pascal Quignard disse que nunca sabemos que surpresas nos reservará o passado. Ora, este Tributo a António Sérgio permitir-nos-á – através das suas várias declinações – descobrir ou reencontrar, com surpresa, pasmo ou familiaridade, as ideias, obras e ações que este pensador português nos reservou e que, talvez, ainda mantenham a sua pertinência.
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Revista ES n.03 ― ​novembro 2018
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